terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ANDANÇA

Andei sem direção
Em caminhos de areia
A beira-mar
Visão de barcos
Pessoas que pescam
Com embarcações de papel
Peixes coloridos
Crianças brincam na praia
Ondas a levar
Destinos salgados
Cantos das sereias
Nos homens de mar.

Caminhei pelas estradas
Caminhões e carros sem fim
Engarrafamentos de marcas
Asfalto e metal em pleno meio-dia
Anda um homem já sem tempo
Passa o tempo indiferente
As aflições humanas
Vende-se pelas esquinas
Stress e inocência de menina
Num comportamento mecânico
O coração pulsa sangue
E não óleo diesel
Assim somos
Urbanos.

Pisei no céu e espalhei estrelas
Diante da chuva lua minguante
Vi o mundo desequilibrado e sem cor
Vi a terra sem o azul
Nosso planeta sem rota
A rota da salvação devina
Perdemos a leveza de um sorriso
Pela gravidade dos pensamentos
Seremos catadores de asteróides
No diserto da consciência e na vã esperança
De mais uma conquista espacial
Caminhamos pelo universo
Já vazio, solitário e mudo
Astronautas nus de sentimentos.
.
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Leon Danon

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